sábado, 5 de novembro de 2011

Iguanas!!


As iguanas constituem um grupo de lagartos amplamente distribuídos pelo continente Americano. Embora o nome popular “Iguana” indubitavelmente transmita a concepção de um lagarto de morfologia bem peculiar, a diversidade de formas de vida associada a este nome é fantástica.
Os cientistas que estudam lagartos têm demonstrado que sob este famoso nome existem pelo menos 39 diferentes espécies biológicas, inclusas em 8 gêneros e agrupadas em uma grande família biológica, a Iguanidae (UETZ & HALLERMANN, 2011).
Apesar da imensa diversidade do grupo, existem iguanas mais conhecidas do que outras. Merecem destaque: as Iguanas Marinhas de Galápagos – Amblyrhynchus cristatus; as Iguanas Terrestres de Galápagos – Conolophus subcristatus; e, em especial, a Iguana Verde – Iguana iguana, cujo Gênero faz referência ao nome popular.
A Iguana Marinha de Galápagos (Amblyrhynchus cristatus) é um lagarto de grande porte, de coloração pardo-avermelhada, com proporções variáveis de preto e vermelho (Figura 1). A espécie habita a faixa costeira das ilhas do arquipélago de Galápagos, sendo facilmente encontrada sobre os costões de rochas vulcânicas à beira-mar. Este animal foi um dos organismos mais estudados pelo igualmente renomado naturalista Charles Darwin, fundador da teoria da evolução por seleção natural. A dieta das Iguanas Marinhas é predominantemente composta por algas oceânicas que são obtidas na zona de arrebentação das ondas ou mesmo no fundo oceânico. É exatamente isso! As iguanas marinhas fazem jus ao seu nome, sendo capazes de mergulhar à procura de algas e permanecerem submersas por até uma hora (WIKELSKI, 2011). Como conseqüência destes hábitos, estas iguanas apresentam um especializado sistema de eliminação de sais, as glândulas nasais, que esguicham o excesso de sal ingerido (HAZARD, 2004).

Figura 1. Iguana Marinha de Galápagos (Amblyrhynchus cristatus) Foto: mtkopone. http://twixar.com/lGK2sM
A Iguana Terrestre de Galápagos (Conolophus subcristatus) pode alcançar cerca de um metro de comprimento e é facilmente reconhecida por sua coloração amarela-esbranquiçada (Figura 2). Esta espécie habita as paisagens mais centrais das ilhas, justificando seu nome popular. A dieta das iguanas terrestres é primariamente herbívora, consistindo em folhas, flores e frutos, entretanto insetos e outros artrópodes podem complementar sua dieta (AISBL, 2006). Nos períodos de seca intensa, a aquisição de água se dá indiretamente através do alimento, principalmente por meio de frutos carnosos de cactos, encontrados em abundância nestas ilhas.

Figura 2. Iguana Terrestre de Galápagos (Conolophus subcristatus). Foto: Jerry Fiddler (jfiddler) http://twixar.com/0WHCL
A Iguana Verde (Iguana iguana) é uma das espécies de lagarto mais famosas do mundo, tendo sido descrita em 1758 pelo famoso taxonomista Carolus Linnaeus (Lineu), criador do sistema de classificação biológica e nomenclatura binomial, utilizados pelos cientistas até os dias de hoje. Esta espécie apresenta-se distribuída por toda a América, desde o Sul dos Estados Unidos até o Paraguai (UETZ & HALLERMANN, 2011).

Figura 3.-Iguana Verde (Iguana iguana). Acima indivíduo jovem (verde). Abaixo indivíduo adulto (cinza). Foto: Paulo Mesquita
A Iguana Verde sofre uma evidente mudança de coloração ao longo de seu desenvolvimento. Quando jovem, é quase que completamente verde, entretanto os indivíduos adultos apresentam-se predominantemente pardo-acinzentados
(Figura 3). Estes padrões de coloração constituem uma eficiente estratégia defensiva, a camuflagem, que dificulta a localização dos indivíduos pelos seus predadores. Assim, as jovens iguanas preferem a periferia das árvores, repletas de folhas verdes, enquanto que os adultos geralmente se associam a troncos de árvores ou ao próprio solo.
A fama internacional das Iguanas Verdes é principalmente devido a sua renomada utilização como “pets”, consistindo uma das espécies exóticas mais criadas em cativeiro.Esta prática só tem aumentado nos últimos anos e, com a intensificação das exigências legais, os impactos derivados do tráfico ilegal destes animais têm se tornado cada vez mais intensos e preocupantes (ALBERTS et al, 2004).

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